Uma discussão sobre Apraxia de Fala Infantil | Autores: Julyana Chaves Nascimento (UNIPLAN - CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL) |
Resumo: A Apraxia de Fala Infantil (CAS) é definida como uma desordem neurológica que afeta o planejamento e programação dos movimentos envolvidos na produção dos sons da fala, na ausência de alterações musculares. Um outro sintoma marcante da CAS e que a difere dos chamados Desvios Fonológicos (DF) é a presença de alterações fonoarticulatórias tidas como predominantemente “inconsistentes ou assistemáticas”. Objetivando compreender melhor as características de fala presentes na CAS propomos analisar dados de fala de duas crianças com suspeita desse diagnóstico em dois momentos diferentes: uma avaliação inicial e uma reavaliação, esta segunda após intervençao fonoaudiológica baseada primordialmente na explicitação da característica de distintividade dos sons da fala. Tanto para a coleta de dados quanto para a sua análise nos baseamos na teoria de traços e na proposta de Yavas, Hernandorena e Lamprech (1991). Observamos, na primeira avaliação que uma das crianças apresentava substituições prioritariamente relacionadas ao traço +/- sonoro e +/- anterior, enquanto a outra criança apresentava frequente apagamento de sílabas. Num primeiro olhar sobre os dados da segunda coleta notamos importantes mudanças no sistema fonético-fonológico dessas crianças relacionadas ao processo fonoterápico. Propomos realizar, ainda, uma análise mais minuciosa desses dados. Porém, baseando-nos nas características do sistema fonético-fonológico das crianças bem como nas mudanças ocorridas nesse sistema após intervenção fonoaudiológica, nos questionamos se de fato essas crianças apresentam CAS. Por outro lado, nos questionamos se não haveria regularidades nos processos fonológicos tidos como típicos da CAS ao invés de uma total assitematicidade como proposto pela literatura. Ressaltamos, a importancia de melhor conhecimento das características de fala de crianças com CAS inclusive para o processo diagnóstico. Alertamos para a necessidade de um adequado diagnóstico a fim de não rotular erroneamente crianças com um DF como apráxicas.
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