O PROCESSO DE GRAMATICALIZAÇÃO E DISCURSIVIZAÇÃO DO TERMO JÁ USADO POR FALANTES DE DISTINTOS GRAUS DE INSTRUÇÃO | Autores: Hugo Henrique Barbosa da Silva (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) |
Resumo: A língua em uso apresenta várias nuances que podem frequentemente serem percebidas pelos seus próprios falantes. Atualmente, sobre essas nuances que podem indicar uma variação ou mudança linguística, reside o escopo da Linguística Funcional (ou Funcionalista) norte-americana que, sob a influência da Linguística Cognitiva, desenvolve investigações acerca de fenômenos linguísticos como a gramaticalização e a discursivização. Posto isso, com a finalidade de identificar e analisar eventuais variações e mudanças linguísticas na língua portuguesa falada no Nordeste do Brasil, este artigo procura identificar em que estágios se encontram os itens e e já usados por falantes de distintos graus de instrução, no que se refere aos processos de gramaticalização e discursivização eventualmente sofridos pelos itens em questão. Na análise, consideramos os 166 usos do termo e e os 49 usos do termo já identificados nas entrevistas realizadas com uma professora e seus sete alunos de uma turma de Educação de Jovens e Adultos e habitantes de zona rural que iniciavam seus estudos na escola ou tentavam concluí-los. Para fundamentar nossa pesquisa, foram levadas em conta as contribuições teóricas de Martelotta (1996), Neves (1997; 2011), Câmara (2006), Pezatti (2014), Ferrari (2017), dentre outros. A análise dos itens contém a exposição de excertos das entrevistas publicadas em Silva (2013) – identificando suas eventuais funções – e a utilização de gráficos e esquemas. Em linhas gerais, este artigo apresenta uma visão de língua de natureza fluida e com uma gramática emergente que se opõe à visão de língua estanque defendida pela gramática tradicional.
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