É notório que a produção textual escrita é uma situação de aprendizagem significativa quando os alunos são levados a tomar decisões sobre o que será produzido – têm um motivo para dizer, refletem sobre o que precisam dizer e como organizá-lo textualmente – na busca de estabelecer algum tipo de relação com o interlocutor pretendido. Neste artigo, parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, objetivamos identificar e analisar as práticas didáticas empreendidas por uma professora do 3º ano para o desenvolvimento de atividades de produção textual escrita. Para tanto, discutimos aspectos referentes ao ensino da modalidade escrita que compreendem a aula de produção escrita como um espaço de diálogos, a partir dos pressupostos teóricos de Bakhtin (2011) e Bakhtin/Volochínov (1992), no que diz respeito aos princípios da dialogia e da responsividade; das tendências teóricas que têm direcionado o ensino de língua portuguesa: Antunes (2003); Bentes (2012); Bunzen (2006), Reinaldo (2003); Val e Vieira (2005) e Geraldi (2013). Situando-nos no modelo qualitativo de pesquisa, aqui entendido como a reunião de práticas interpretativas, adotamos a entrevista semiestruturada como o principal instrumento de pesquisa. Sendo assim, selecionamos e analisamos trechos transcritos da entrevista realizada com a docente. Com base nos resultados parciais, apesar dos impasses que afetam o trabalho em sala de aula, constatamos que a sistematização do ensino da escrita proposta pela professora dialoga com a visão de que é preciso desenvolver práticas significativas de aprendizagem da escrita, haja vista a utilização de textos de gêneros variados como ponto de partida para o trabalho com a escrita, a consideração do propósito comunicativo dos textos, a concepção de “erro” adotada e a participação dos alunos nas intervenções geradas no processo de escrita.