A ATLÂNTIDA AMAZÔNICA DE MÃE D’ÁGUA, GUARDIÃ DOS RIOS, CONTO DE ARTHUR ENGRÁCIO | Autores: Vinicius Milhomem Brasil (UFAM - Universidade Federal do Amazonas) ; Jandir Silva dos Santos (UFAM - Universidade Federal do Amazonas) |
Resumo: Ao retomar a geografia das acrópoles subaquáticas descritas na mitologia grega por Bulfinch (2006), no conto A pequena sereia, de Hans Christian Andersen (2013), e na obra Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato (2014), este trabalho intende traçar paralelos residuais entre tais estruturas e as instalações reais descritas por Arthur Engrácio em seu conto Mãe D’água, guardiã dos rios (1996), que aqui será abordado enquanto conto de fadas, de acordo com a compreensão que Tolkien (2010) faz de tais narrativas. Regatando estruturas medievais, tanto geográficas quanto hierárquicas, ao configurar a entidade-título como uma soberana dos cursos fluviais, Engrácio não apenas miscigena aspectos da tradição feudal com elementos do folclore amazônico, mas, a partir de tal comunhão, confere também viés ecocrítico à narrativa, conforme nos fala Garrad (2006), plenamente percebido somente pela observação da anatomia de tais estruturas, seus componentes residuais e a ressignificação de elementos medievais e folclóricos, nativos da Amazônia. No que diz respeito à mitologia amazônica, recorreremos aos escritos de Krüger (2011) e ao Dicionário do Folclore Brasileiro de Cascudo (2010) para mapearmos o que se diz acerca da figura da Mãe D’água, a fim de que a versão de Engrácio possa ser devidamente reconstruída segundo os postulados de Roberto Pontes (2006). Este trabalho foi orientado pela Profª Drª Cássia Maria Bezerra do Nascimento.
Agência de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas |