Este trabalho tem o objetivo de analisar temas de redações do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), procurando verificar possíveis relações existentes entre estes e aspectos inerentes a discursos de sustentabilidade, cujas discussões geralmente manifestam preocupação com a viabilidade da vida no e do planeta, de forma que as gerações presentes adotem maneiras de suprirem suas necessidades sem comprometerem a sobrevivência das gerações futuras. Pretendemos, a partir dessa verificação, entender como discursos depreendidos desses temas se relacionam dialogicamente com discursos de sustentabilidade; e como estes se situam no campo educacional pelo viés dessas propostas de redação. O ENEM foi instituído pelo Ministério da Educação (MEC) no ano de 1998, para avaliar o desempenho dos estudantes do Ensino Médio. Tempos depois, passou por reformulações e atualmente funciona principalmente como processo de seleção de estudantes para ingresso em cursos de graduação. Considerando que diversos autores apreendem a noção de sustentabilidade a partir das dimensões ambiental, econômica e social, observamos, no período pesquisado, uma relação dos temas das redações como a dimensão social dessa área de estudo. Desse modo, este trabalho se justifica pela relevância do ENEM na esfera educacional, além da importância das discussões relativas à sustentabilidade. O trabalho tem como base, de modo preponderante, os estudos de Hargreaves e Fink acerca da sustentabilidade, bem como a teoria do discurso de Bakhtin, envolvendo, sobretudo, o conceito de dialogismo. O corpus é formado pelos temas das redações do ENEM do ano de 2014 a 2018. Nesse sentido, a pesquisa tem caráter documental e abordagem qualitativa, e visa a contribuir com os estudantes quanto à percepção de discursos com os quais os temas de redação do ENEM podem dialogar.