Interação na Arena do Cotidiano e Ensino de Língua Portuguesa para Migrantes e Refugiados | Autores: Mirelle da Silva Freitas (IFTO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins) |
Resumo: A sala de aula têm sido percebida como nuclear para o processo de ensino e aprendizagem de línguas. A maioria dos estudos sobre aquisição/aprendizagem de línguas se centram nas interações nesse ambiente, não obstante aquelas vivenciadas no dia a dia dos aprendizes também possuírem papel distintivo nesse processo (WAGNER, 2015). Observa-se escassez de estudos com foco na interação na arena do cotidiano, possivelmente, em grande parte, devido à falta de acesso e controle característicos desse contexto. Diante disso, este estudo objetiva apresentar de forma sistematizada pesquisas que abordam a interação na arena do cotidiano e, assim, contribuir para o desenvolvimento teórico e de novas práticas na área (FIRTH e WAGNER, 2007; CLARK et al., 2011; CADIERNO e ESKILDSEN, 2015; ESKILDSEN e THEODÓRSDÓTTIR, 2017, entre outros). Esta investigação, desenvolvida sob o paradigma qualitativo, utiliza-se da metodologia de revisão sistemática da literatura (MAJOR e SAVIN-BADEN, 2010; FABBRI et al.,2013; NORRIS e ORTEGA, 2006) na busca por evidenciar indicações (teóricas e práticas) da pesquisa para educação em línguas em situações nas quais os aprendizes têm contato diário com a língua que estão aprendendo. Os dados analisados evidenciam a urgência em se repensar as práticas educacionais de línguas, visando favorecer o uso da língua em interações cotidianas, aliando pedagogia e uso. Sala de aula e vida cotidiana devem ser tratadas sob perspectiva de aproximação: fomentar o desenvolvimento de materiais didáticos e práticas educativas; compreender o contexto social de uso da língua; e aproximar contexto escolar e necessidade comunicacional (social) dos aprendizes. Essa perspectiva demanda mais estudos para viabilizar a contribuição dessa linha de pensamento para a área. Nesse sentido, ao observar o aumento na busca do Brasil por migrantes e refugiados, destaca-se que pesquisas futuras com foco em interações na arena do cotidiano voltadas para o ensino da Língua Portuguesa mostram-se relevantes.
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