Apresentam-se resultados de um estudo realizado sobre a conceptualização do Nordeste e dos nordestinos, a partir de memes que circularam em rede social, durante outubro de 2014, período em que ocorreram o 1^o e o 2^o turnos de uma eleição presidencial. Os seus principais objetivos foram: 1) compreender como esse espaço geo-sócio-político e seus agentes foram conceptualizados, em face dos resultados do pleito, e 2) compreender como essa conceptualização construiu-se multimodal. A Teoria da Metáfora e da Metonímia da Linguística Cognitiva, com viés multimodal, norteou as discussões, de modo que se estabeleceram diálogos com autores como Forceville (2018; 2017; 2016), Forceville e Urios-Aparisi (2009), além dos clássicos da área como Lakoff e Johnson (1980; 1999), Lakoff (1987) e Johnson (1987). A pesquisa empreendida teve natureza interdisciplinar, tendo sido considerados aportes da Teoria da Complexidade, trazendo para o debate autores como Capra (1999), Capra e Luisi (2014), Morin (2005; 1999), do Paradigma Sistêmico, assim como Paiva (2011; 2010) e Almeida (2018; 2016), da Linguística que já propõem reflexões emergentes, a partir de possíveis simbioses entre essas vertentes da ciência contemporânea. Ademais, recorreu-se a autores como Bauman (2007) e Castells (2013), trazendo contribuições da Sociologia, para o trabalho. No tocante ao seu desenho metodológico, seguiu-se a abordagem qualitativa, com viés hermenêutico, além das perspectivas exploratória, descritiva, documental e interpretativa. O corpus foi coletado do Facebook, através do mecanismo de busca disponibilizado por essa rede social, tendo sido formado por 25 memes. Os resultados demonstraram conceptualizações polares em que esse espaço e seus agentes foram compreendidos, de um lado, positivamente, e, de outro, negativamente. Entre as metáforas, encontrou-se, por exemplo, NORDESTINO É MARIONETE (SER HUMANO É BRINQUEDO) e, entre as metonímias, localizou-se, entre outras, LITERATOS NORDESTIDOS POR NORDESTINOS (PARTE-TODO).