O ENSINO DA ESCRITA NO ENSINO MÉDIO: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS | Autores: Isabel de Oliveira E Silva Monguilhott (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Maria Izabel de Bortoli Hentz (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo: Baseados em uma concepção interacionista de língua, os PCNs e as OCEMs defendem que o ensino da escrita neste nível de ensino deve inserir os sujeitos nas práticas sociais que têm a linguagem como mediadora de suas ações, com ênfase na importância das condições de produção implicadas nas atividades de escrita. Considerando que esses documentos parametrizam o ensino no país, objetivamos, neste trabalho, estabelecer a relação entre a concepção de escrita que permeia o ensino médio e o que se espera dos alunos egressos desse nível de ensino na prova de redação do ENEM. Como orientação teórico-metodológica para esta investigação, assume-se a perspectiva sócio-histórica, cujo princípio central é o estudo dos fenômenos como processos, com base, principalmente, nas contribuições da teoria do dialogismo do círculo de Bakhtin (2003, 2005). Para a consecução desse objetivo, analisaremos dados de duas escolas públicas da rede de ensino de Santa Catarina que apresentaram e mantiveram o mesmo padrão de notas nas redações do ENEM por três anos em um período de seis anos. Em cada uma delas, investigaremos a concepção de escrita revelada no planejamento do professor de Língua Portuguesa, bem como em uma unidade de ensino de escrita a ser observada. Analisaremos ainda a matriz de referência para a prova de redação do ENEM, assim como resultados dessa prova realizada por alunos das duas escolas campo de pesquisa, com base nos dados do INEP. Os resultados parciais apontam que a concepção de ensino de escrita revelada nos planejamentos e ações dos professores não é a única variável a interferir no desempenho da prova de redação do ENEM.
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