O desvelar da negritude nos labirintos de Úrsula
| Autores: Natalia Inês Klidzio (UMCS - Uniwersytet Marii Curie-Sklodowska) |
Resumo: A minha comunicação neste simpósio propõe uma reflexão resultante da análise do romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Sem se afastar da contextualização histórica do surgimento e formação do romance no Brasil, com suporte nos textos de Antonio Cândido e Sílvio Romero, objetiva-se apresentar uma interpretação dos elementos narrativos constitutivos de Úrsula, conforme Cândida Gancho, Ligia Leite, Antonio Candido, Anatol Rosefeld e outros. Pontuadas as marcas que o caracterizam como romance oitocentista brasileiro e, com a revisão da fortuna crítica, relativamente recente no âmbito nacional, pretende-se discorrer sobre tópicos que o revelam em seu conteúdo sociológico, moral, histórico e étnico em conexão `a realidade da época. Defende-se a ideia de que a leitura e recepção atual de Úrsula instiga a necessidade de uma revisão ao romantismo brasileiro no sentido da admissão e participação de negros na literatura do país quer como autores quer no plano dos personagens. Os textos do sociólogo Clóvis Moura serão essenciais para um chamamento em prol da construção de um novo olhar e raciocínio, de uma nova postura de leitor a partir do momento presente referente a formação da literatura brasileira. Por fim, é reconhecendo a imposição das vozes negras – vindas da autora e dos personagens de Úrsula, que se pode desafiar e reconhecer as várias faces das forças promotoras do branqueamento e da discriminação no Brasil.
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