Este trabalho concebe que o ensino da escrita argumentativa é um processo cujas etapas precisam ser reconhecidas pelo professor que pretende desenvolver as capacidades dos estudantes principalmente em ambiente escolar. Essa exigência é tanto de ordem teórica, o que implica a identificação das características da argumentação em perspectiva psicológica, dialógica, retórica e discursiva, quanto metodológica, uma vez que também é necessário organizar práticas de linguagem que permitam aos estudantes participar de espaços democráticos que permitam elaborar posições discursivas a partir da interação entre diferentes ideias que irão se materializar na escrita. Em função disso, ao longo desta comunicação, será possível retomar algumas das concepções que colaboram com a constituição de processos de ensino-aprendizagem voltados à produção textual, bem como especificar algumas das capacidades que podem ser estimuladas por meio das práticas pedagógicas circunscritas à escola, mas que também podem ser expandidas a outros espaços sociais, se consideramos os vários ambientes nos quais as crianças e os jovens interagem na atualidade. Com base em uma pesquisa documental de viés interpretativo, procuraremos destacar as relações que colaboram com a construção de pontos de vista e de posicionamentos discursivos e políticos em ambiente escolar, para que os estudantes possam exercer sua cidadania em outras práticas sociais de linguagem. Os resultados obtidos a partir de pesquisas realizadas no âmbito do Mestrado Profissional em Letras apontam que os estudantes estabelecem algumas relações entre os textos e os contextos, compreendem o valor do uso adequado dos elementos linguístico-discursivos que colaboram com a organização de um posicionamento discursivo, mas ainda são necessários esforços para promover o aprimoramento dessas capacidades dentro e fora da escola.