TRABALHANDO A AUTOESTIMA LINGUÍSTICA DE ALUNOS PRIVADOS DE LIBERDADE: UMA PROPOSTA DIDÁTICA A PARTIR DE DINÂMICAS DE GRUPO | Autores: Maria Sonia Vieira Lira (UFU - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA) |
Resumo: A pesquisa parte do pressuposto de que alunos privados de liberdade chegam à escola em contexto prisional com sua autoestima linguística baixa por acreditarem desconhecer sua língua materna e se sentirem incapazes de aprendê-la; pois, com um histórico de fracasso escolar que envolve, em muitos casos, dificuldades socioeconômicas e familiares, conflitos com a lei, além de problemas de aprendizagem decorrentes, por vezes, de um sistema de ensino antiquado e excludente, historicamente fomentado nas escolas brasileiras há décadas, sua visão do processo de ensino-aprendizagem – que desconsidera o conhecimento do aluno –, leva-o a crenças negativas a respeito de si e do seu potencial de aprendizagem. Em face dessas questões, importa avaliar a autoestima linguística desse tipo de alunado, bem como proporem-se dinâmicas de grupo com atividades que possam contribuir para o desenvolvimento da competência comunicativa desses alunos por meio de atividades didáticas que valorizem o (re)conhecimento da diversidade linguística existente no universo coletivo e pessoal de cada aluno. Teoricamente a pesquisa pauta-se nas contribuições da Sociolinguística Educacional e da Pedagogia da Variação Linguística. A metodologia adotada é a pesquisa-ação, proposta por Thiollent (1996). Os dados obtidos, tanto por meio de aplicação de questionário de crenças e atitudes linguísticas, além da avaliação contínua realizada durante as dinâmicas de grupo, com registro em diário de bordo, serão analisados de forma quanti-qualitativamente. Ao final da pesquisa, disponibilizar-se-ão as atividades desenvolvidas durante as dinâmicas de grupo realizadas dentro do contexto da EJA prisional em plataforma digital, como a do MEC, no formato REA – Recursos Educacionais Abertos. Tais atividades poderão ser realizadas em outros contextos educacionais similares de forma que a autoestima linguística e a competência comunicativa de tais alunos possam ser trabalhadas na perspectiva sociolinguística, evidenciando-se o respeito à pluralidade linguística a que todos estão sujeito nas suas práticas sociais intra e extramuros.
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