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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O Portfólio reflexivo como proposta didática e avaliativa no ensino-aprendizagem de Português Língua Adicional: manifestação das identidades performativas dos educandos e do educador por meio de saberes translíngues, transculturais e decoloniais

Autores:
Henrique Rodrigues Leroy (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerias)

Resumo:

As aulas de Língua Portuguesa Adicional são espaços privilegiados onde as culturas em movimento e as performances identitárias manifestadas pelas práticas locais de linguagens (PENNYCOOK, 2010) potencializam a busca pelo ouvir as “vozes do Sul”. Este rico espaço acadêmico possibilita-nos pensar e habitar a América Latina por meio de estudiosos que também vieram do Sul epistemológico, apresentando como cerne de seus estudos o “sulear” (FREIRE, 2015). O presente trabalho tem o objetivo de refletir sobre como a proposta didática e avaliativa dos Portfólios reflexivos pode manifestar as práticas translíngues (CANAGARAJAH, 2013; GARCÍA & WEI, 2014), transculturais (GUILHERME & DIETZ, 2014; SOUZA, 2017) e decoloniais (MIGNOLO, 2013) na sala de aula de Língua Portuguesa Adicional (PLA), e como tais manifestações podem (in)visibilizar as identidades performativas (PINTO, 2007) dos educandos e do educador. Os sujeitos, por meio de suas práticas locais de linguagens, produziram textos escritos para seus trabalhos finais na disciplina de Português Língua Adicional (PLA) que versaram sobre seus aprendizados em sala de aula durante o semestre. Tais textos escritos caracterizaram o gênero acadêmico Portfólio (GENESEE & UPSHUR, 1996), instrumento avaliativo e reflexivo que pôde empoderar e visibilizar as vozes do Sul. Os educandos puderam avaliar sua aprendizagem bem como os materiais utilizados em sala de aula, avaliando também a didática utilizada pelo educador. Essa prática didática e avaliativa aplicada no contexto de sala de aula de PLA pôde, por meio das práticas translinguajeiras, transculturais e decoloniais, recombinar, ressignificar e visibilizar as identidades performadas dos sujeitos aprendizes e do professor com suas “vozes do Sul”, abrindo possibilidades para que transitassem por uma multiplicidade de terceiras margens, colaborando ativamente nas diversas redes configuradas pelos territórios transnacionais. Assim, houve espaço para o plurilinguismo, considerado como uma maneira diferente de olhar para as interações linguajeiras como transformacionais e inclusivas, visando à justiça social.