Fruto de um plurilinguismo cada vez maior e de uma situação geopolítica da língua portuguesa com um espaço à escala global cada vez mais significativo, torna-se premente a (re)definição epistemológica do conceito de Português como Língua Adicional ou L3/Ln. Assim, o nosso texto pretenderá analisar o português como língua adicional, esclarecendo, à luz dos trabalhos de Jessner, 1999; Herdina & Jessner, 2000; Cenoz, 2001, 2003 e Cenoz, Hufeisen & Jessner, 2003, as atuais teorias acerca do conceito de língua adicional e, sobretudo, a sua relação com a terminologia a adoptar no nosso póster de L3/Ln, sem nos esquecermos que «the case of L3 acquisition, these learners, among other diff erences, all have more sources for initial state hypotheses than a monolingual L2 learner» (Rothman, Iverson e Judy, 2011: 6). Centrar-nos-emos, igualmente, na própria definição de L3 avançada por Hammarberg (2001: 22), em que «the language that is currently being acquired» por estudantes chineses que estão aprendendo a língua portuguesa (LE) na China (Macau).
O nosso estudo empírico centrar-se-á no preenchimento de uma ficha sociolinguística dos informantes e na análise de dez produções escritas dos mesmos, sendo os informantes alunos macaenses que têm como L1 o mandarim, como L2 o inglês e o português é língua adicional (L3), sendo que consideraremos L3/Ln «all languages beyond de L2 without giving preference to any particular language» (De Angelis, 2007: 11). Os sujeitos são estudantes universitários com idades compreendidas entre os 17 e os 20 anos de idade. Pretende-se, assim, analisar algumas interferências da L1 e da L2 na língua adicional (no âmbito das propostas de Gabrys-Baker, 2007), mas será objeto do nosso estudo a análise das interferências lexicais.
Por fim, procuraremos apresentar propostas pedagógico-didáticas para o ensino do português neste tipo de contexto.