O cenário educacional de Barra do Garças/MT tem apresentado  em seus quadros escolares novos atores, pois temos presenciado uma significativa expansão de matrículas de alunos indígenas da etnia Xavante que estão deixando suas aldeias  em busca de novos conhecimentos em escolas públicas urbanas. O termo educação  constitui o denominador comum de todos os sistemas que atribuem primazia não só aos falantes  nativos da Língua Portuguesa, mas, sobretudo, de todos aqueles que são nativos, porém, com diferenças culturais e linguísticas. Observamos  que nem todos os professores de escolas públicas urbanas expressam a preocupação de dar  aos alunos indígenas matriculados, um mínimo de segurança e igualdade de oportunidade, a fim de que possam desaparecer as desigualdades sociais, linguísticas e culturais. Em nossas pesquisas, presenciamos que existiram e ainda existem em nossos dias pessoas que não admitem a presença de fatos reais em nossa sociedade, especialmente, quando se trata do diferente, do novo. Todo advento que envolve o diferente, o inusitado, como no caso dos alunos indígenas, é recebido com resistência e muito preconceito. Dessa forma, quando se atribui tal relevo sem pensar seu contexto social, enfraquece o ensino e, sobretudo, fragiliza a reflexão. Buscamos como objetivo repensar o cotidiano dos alunos indígenas da etnia Xavante em espaço  escolar urbano, seus vínculos e tradições materializados no uso da língua, bem como o reflexo dos fatos na linguagem de todos, indígenas e não indígenas. Vivemos  momentos complexos e de muitas inseguranças com relação ao sistema educacional em nosso país, assim, pequenas atividades têm apresentado efeitos multiplicadores, no caso, o trabalho desenvolvido pelo projeto de pesquisa: A Migração rural/urbana dos jovens indígenas da etnia Xavante: uma questão de sobrevivência. Para o desdobramento do trabalho utilizamos a pesquisa etnográfica, de cunho qualitativo, pois procuramos interpretar o que está ocorrendo no contexto  pesquisado.