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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O PODER/SABER DIZER SOBRE A LÍNGUA/LITERATURA DE VIAJANTES E MISSIONÁRIOS: LEITURAS DO ESCRITOR-LITERATO

Autores:
Wellington Marques da Silveira (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso ) ; Olimpia Maluf-souza (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso )

Resumo:

Os primeiros registros literários compreendem a chamada literatura de viajantes/missionários, ou, conforme Orlandi (1999), literatura de informação/formação, e foi constituída pelo conjunto de textos que documentou os primeiros contatos do homem europeu com as terras brasileiras. Inicialmente, entre os séculos XV e XVIII, estes textos produziram o gesto de demarcar e/ou descrever o território, atribuindo, segundo à leitura europeia, designações às línguas e às crenças do povo nativo do espaço-colônia. Com o desenvolvimento das ciências (séculos XVIII e XIX), as viagens europeias começaram a produzir outras formas que colonização, baseadas na imposição/circulação de saberes científicos e ocupadas em cartografar espécies de plantas e animais, bem como inúmeras doenças contagiosas, presentes nos países do ocidente. Todos estes registros encontram-se reunidos no rol de textos da literatura de viajantes, que, posteriormente, incorporou-os ao estágio inicial da formação da literatura/língua brasileira. Nessa direção, e com base nas pesquisas do projeto História das Ideias Linguísticas, em interlocução com a Análise de Discurso, esta pesquisa propõe-se à compreensão do processo de elaboração de textos teórico-literários brasileiros que formularam, em suas políticas de poder/saber dizer sobre a língua/literatura de viajantes, versões sobre o escritor-literato a partir da relação deste com o texto produzido, recortando para análise, especificamente, a obra História da Literatura Brasileira (1915), pelo literato e jornalista José Veríssimo Dias de Matos.  Compreendemos que, para pensar nas relações que o escritor-literato encerra com as descrições reunidas na seção sobre a literatura de viajantes, é necessário observar, de antemão, que sua forma de escrever a história da literatura resultará de efeitos de sentido sobre a maneira como o literato legitima um conhecimento teórico-científico sobre a língua/literatura, em virtude de estar inscrito como um sujeito autorizado, pelo Estado e suas instituições, a representar o saber sobre a língua/a formação do texto literário.