ESPAÇO E MEMÓRIA NO ROMANCE QUARENTA DIAS, DE MARIA VALÉRIA REZENDE | Autores: Sara Caroliny Pires (UEG POSLLI - Universidade Estadual de Goiás) |
Resumo: Neste trabalho, objetivaremos analisar de que maneira o romance Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende, problematiza as questões em torno da memória e do espaço, mostrando como esses temas são necessários na contemporaneidade, como ponto de partida para compreender o sujeito e o mundo que o circunda. Partindo sobre os estudos sobre topoanálise de Gaston Bachelard (1993), e sobre memória e identidade social de Michael Pollak (1992), e de Ecléa Bosi (1997), memória e sociedade, entre outros autores. O romance será estudado a partir do confronto geográfico, cultural e identitário da personagem Alice com as duas cidades apontadas na narrativa: João Pessoa (a casa, cidade natal) e Porto Alegre (a cidade alheia). Deslocar-se pelos espaços possibilita a personagem uma constante reflexão sobre a condição de vida da grande parcela dos sujeitos que compõem o cenário da grande metropole de Porto Alegre, além de a narrativa provocar no leitor um certo estado de desconforto em relação a condição de vida miserável da grande parcela dos sujeitos que que transita pela metrópole de Porto Alegre, cidade que, diariamente, destrói sonhos de anônimos que são precipitados para um abismo existencial da marginalização. Para enfrentar esse momento de extrema angústia e solidão, Alice faz uso da escrita memorialística, pois é a partir do exercício mnemônico que a personagem-narradora tenta ressignificar a sua existência longe do conforto de sua casa.
Agência de fomento: Fapeg GO |
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