Este trabalho investigou o quanto a escrita abreviada utilizada pelos jovens na internet se estende para a escrita escolar e como os professores dizem pensar sobre o assunto. Tivemos, como sujeitos, jovens de 11 a 17 anos, alunos, à época, da pesquisadora, em diferentes séries de ensino: 6°, 7º, 8º, 9º anos do Ensino Fundamental - turmas regulares e de EJA (Educação de jovens e adultos) e 1º ano do Ensino Médio e 41 professores de língua portuguesa e de outras matérias. Como referencial teórico, foram utilizadas gramáticas escolares, modernas teorias linguísticas, livros sobre a história da escrita e livros sobre os usos da linguagem na tecnologia de informação para entendermos como ocorre a escrita abreviada. Na parte prática da pesquisa, contamos com dois objetos de estudo para a análise de dados: 1- entrevistas com professores de idades e tempo de experiência docente diferentes para que expressassem como vivenciavam e percebiam as mudanças na transição de um “mundo analógico” para um “mundo digital” e a suposta influência na escrita em outros gêneros; e 2- análise das abreviações extraídas da internet e trabalhadas com os alunos em sala de aula a fim de observarmos como se procedem tais abreviações e suas supressões e o quanto elas, de fato, migram para a escrita escolar em diferentes gêneros. Diante dessas leituras e observações, foi sugerida uma forma de abordar o tema em sala de aula a fim de desmistificar o uso dessa escrita já tão difundida entre os jovens.