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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O ethos tobiense no cordel "Na feira de Campos"

Autores:
Flávio Passos Santana (UFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Nicaelle Viturino dos Santos de Jesus (UFS - Universidade Federal de Sergipe)

Resumo:

Tobias Barreto, cidade situada no centro-sul do estado de Sergipe, famosa pela sua Feira da Coruja, pelo empreendorismo de seus habitantes, carrega a marca de pessoas habilidosas e inovadoras. Diante dessas e outras imagens discursivas relacionadas a esta urbe e o seu povo, e levando em consideração que os textos trazem vestígios daquele que fala e para quem se fala, propomos analisar as estratégias argumentativas com o intuito de evidenciarmos o ethos dos tobienses no cordel de Pedro Meneses “Na Feira dos Campos”, em que o enunciador/eu lírico nos apresenta, em um tom memorialista, a Feira de Tobias Barreto. Para tanto, tomamos como aporte teórico e metodológico os pressupostos da Argumentação e Retórica, baseando-nos em Aristóteles (2011 [384-322 a. C.]); Perelman e Olbrechets-Tyteca (2005 [1958]), além de nos embasarmos em estudos de Maingueneau (2005) e Amossy (2005), a fim de dar um alargamento no conceito do ethos aristotélico. Com base nas análises apresentadas e partindo da ideia de Mariano (2016) ao defender que por sermos sujeitos sociais, ao enunciarmos, afirmamos, além do ethos individual, um ethos coletivo ou social, que vai nos “denunciar” como pertencentes a determinado grupo social, transparecendo a nossa ideologia, as nossas crenças, e os nossos costumes. Assim sendo, podemos dizer que a imagem construída da cidade de Tobias Barreto e de seus habitantes é de um povo que não tem medo do trabalho; de um povo honesto, que não fala mal de ninguém e respeita todos os seus clientes; além de pessoas guerreiras, pois lutam diariamente a fim de conseguir êxito em suas compras e suas vendas.