A educação em tempo integral na sociedade brasileira não é política recente, pois desde o limiar do século XX educadores e pensadores dedicaram-se a pesquisas e leituras sobre essa modalidade. Entretanto, a partir do Programa Mais Educação do governo federal começou-se a pensar em âmbito nacional a implantação do tempo integral na educação. Por isso, neste trabalho discute-se sobre a inscrição do dispositivo da integralidade na ordem do discurso da educação brasileira. Dessa forma, apresenta-se como objetivos: analisar o processo de constituição do dispositivo da integralidade, bem como verificar de que forma os documentos oficiais: Programa Mais Educação, o Plano Nacional de Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais ajudam a sustentar o referido dispositivo, já que compõem o escopo de um dispositivo de controle. Para tanto, recorre-se a pesquisa bibliográfica e documental. A linha teórica adotada no trabalho é a perspectiva da Análise de discurso com filiação em Michel Foucault, a qual discute temas como dispositivo e poder. O trabalho objetivou demonstrar como o dispositivo da integralidade está relacionado na teia discursiva com outros dispositivos.   O estudo demonstra que o interesse pela modalidade da educação integral/dispositivo da integralidade acaba por evidenciar uma dupla face: atingir bons resultados nas avaliações nacionais e internacionais e tornar os alunos aptos ao trabalho e consumo.