Nas palavras de Bakhtin (2014), a linguagem é o lugar onde ocorrem os processos de interação, onde se realizam as práticas sociais e, por conseguinte, onde os falantes se tornam sujeitos. Muitas das vezes os sujeitos são conclamados a se posicionarem, como sujeitos falantes, produtores de textos, diante de situações polêmicas, em momentos avaliativos. Toda e qualquer avaliação se faz por uso da linguagem, até aquelas voltadas exclusivamente para a prática.O objetivo deste trabalho é analisar as propostas dos últimos cinco anos da parte escrita do exame Celpe-Bras, Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros, desenvolvido e outorgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, aplicado no Brasil e em outros países com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, buscando verificar em que sentido este exame produz itens de prova que, em sua elaboração, propiciam, por meio dos recursos de linguagem utilizados, aos participantes desse exame de proficiência usarem sua capacidade de se posicionarem argumentativamente diante de uma situação de linguagem posta, quando for possível. A análise recairá sobre recursos linguísticos utilizados nas questões formuladas e colocadas no teste em suas questões de escrita, que possam, portanto, direcionar os produtores de textos a se posicionarem opinativamente, usando argumentos para sustentarem seus pontos de vista.