O PROGRAMA DE LEITORADO COMO POLÍTICA PARA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS (PFOL): DISCUSSÕES E PROPOSTA PRÁTICA
| Autores: Leilane Morais Oliveira (CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO - CEUNSP ) |
Resumo: Este trabalho propõe uma reflexão acerca do Programa de Leitorado, política linguística externa do Brasil, e orienta-se no sentido de tecer um diálogo entre a formação de professores de português para falantes de outras línguas (PFOL) e a capacitação de leitores brasileiros. Ligado a bases teóricas sobre políticas linguísticas (McCARTY, 2011; MAHER, 2013) e formação de professores de línguas (ALMEIDA-FILHO, 2005; CELANI, 2008), o estudo propõe um curso preparatório para leitores brasileiros. Como se sabe, o ideário napoleônico dos estados-nação levou muitos países a se ocuparem, de forma mais enfática, da divulgação de suas línguas oficiais para além das fronteiras geográficas. Também o Brasil, diante desta tendência, mantém a Divisão de Promoção da Língua Portuguesa (DPLP), órgão que, subordinado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), coordena a Rede Brasil Cultural – formada pelo Programa de Leitorado, por Centros Culturais e Núcleos de Estudos Brasileiros. A DPLP conta com declínio de ações na atualidade, mas ainda permanece como a grande responsável pelas políticas linguísticas de internacionalização do português e da cultura nacionais, o que justifica esta comunicação. Sendo assim, a reflexão desenvolvida volta-se para dados discursivos, recolhidos por meio de questionário (GHIGLIONE; MATALON, 1993; GIL, 2008) aplicado a ex-leitores, e traça um percurso metodológico qualitativo (CHIZZOTTI, 2003; FLICK, 2009) e epistemologicamente filiado à Linguística Aplicada (LEFFA, 2001; PENNYCOOK, 2006). A discussão realizada permite constatar que, conforme proposto e se eventualmente transformado em política de fato, o curso delineado permitiria capacitar os professores-leitores antes que eles fossem enviados aos postos, por meio da apresentação de uma base curricular comum em relação à língua e à cultura do Brasil, bem como do esclarecimento das funções e dos significados de atuar como leitor (em termos de política linguística e diplomática) e do apontamento de teorias para ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras e, portanto, de PFOL.
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