(Re)pensando o conceito de sujeito nas gramáticas do português brasileiro | Autores: Lívia de Mello Reis (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo: A competência linguística do falante faz parte de sua capacidade comunicativa e interacional (cf. CHOMSKY, 1980). Muitos autores vêm defendendo, então, o importante papel da Linguística nas escolas. Em linhas gerais, tal papel seria o de fazer os alunos refletirem sobre a língua, construindo hipóteses e testando-as, a partir de dados de fala e de suas intuições (cf. PERINI, 2006; BASSO; PIRES DE OLIVEIRA, 2012; PIRES DE OLIVEIRA, 2013; PIRES DE OLIVEIRA; QUAREZEMIN, 2016). Nesse sentido, com o intuito de colaborar com a discussão sobre o lugar das teorias gramaticais no ensino, esta pesquisa tem como principal objetivo discutir e problematizar os conceitos de sujeito apresentados em diferentes gramáticas, à luz dos pressupostos da Sintaxe Gerativa. Como metodologia, foram selecionadas cinco gramáticas, a fim de fazer uma análise do objeto de estudo em questão. São elas: (i) Gramática Houaiss da Língua Portuguesa (AZEREDO, 2008); (ii) Moderna Gramática Portuguesa (BECHARA, 2009); (iii) Gramática do Português Brasileiro (PERINI, 2010); (iv) Gramática Normativa da Língua Portuguesa (ROCHA LIMA, 2010); e (v) Nova Gramática do Português Contemporâneo (CUNHA; CINTRA, 2017). Os resultados indicam que, de fato, as definições de sujeito, presentes nas gramáticas, não dão conta de explicar certos fenômenos que ocorrem na língua. Fica evidente, assim, a necessidade de se investir, cada vez mais, na formação crítica e consciente dos professores de língua portuguesa, para que estes consigam pensar e repensar fenômenos da língua e suas variações com os alunos em sala de aula.
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