A abordagem intercultural para o ensino de Português Língua Estrangeira (PLE): foco na formação inicial e na prática docente em um contexto de Centro de Ensino de Línguas | Autores: Rosangela Sanches da Silveira Gileno (UNESP - Universidade Estadual Paulista) |
Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo analisar a formação teórico-metodológica que graduandos em Letras de uma universidade estadual do interior de São Paulo recebem para ensinar Português Língua Estrangeira (PLE) para estrangeiros intercambistas e estrangeiros da comunidade citadina. No sentido de aliar pesquisa, ensino e extensão, na pesquisa é analisada como a teoria aprendida se articula com a prática de tais graduandos, ao atuarem no ensino de PLE em um projeto de extensão da mesma universidade intitulado Centro de Ensino de Línguas (CEL). Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo que envolve “a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada”, retratando a perspectiva dos participantes. No que tange à formação sobre o ensino de PLE recebida pelos participantes do projeto de extensão são realizados encontros semanais para discussão sobre leituras teóricas e metodológicas, nas quais se procura a reflexão sobre ser docente de língua estrangeira considerando a língua portuguesa como língua materna, dentro do paradigma da formação crítico-reflexiva para o ensino de línguas. Focaliza-se no projeto a relação indissociável entre língua e cultura. Muitos estudos que abarcam o ensino da língua/cultura e das questões interculturais estão presentes na linguística aplicada ao ensino de línguas estrangeiras Grande parte desses trabalhos tem tratado de questões relativas à educação intercultural (KRAMSCH, 1993); à abordagem intercultural (MENDES, 2008) e à competência comunicativa intercultural (BYRAM, 1997). Na fase atual da pesquisa, os participantes têm relatado a dificuldade de se trabalhar com a abordagem intercultural, principalmente para alunos asiáticos (coreanos e chineses) cuja língua/cultura de origem é “estranha” e distante da nossa. Por outro lado, relatam experiências didáticas positivas no desenvolvimento de habilidades de compreensão e produção discursivo-comunicativa em PLE ao longo do curso ao produzirem espaços de diálogos interculturais dentro e fora da sala de aula.
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