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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Quando a língua estrangeira é a minha língua materna: formação de professores de Português como Língua Estrangeira (PLE)

Autores:
Carla Nunes Vieira Tavares (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo:

Este trabalho objetiva problematizar a constituição identitária de professores de língua estrangeira (LE) em formação a partir da análise discursiva de entrevistas e de algumas atividades e/ou sequências didáticas por eles propostas a alunos imigrantes das américas de um curso de Português como Língua Estrangeira (PLE). O trabalho embasa-se nos estudos discursivos franco-brasileiros e em algumas noções da psicanálise. A pergunta direcionadora indaga sobre os efeitos na constituição identitária de professor de LE em formação decorrente da prática de ensinar a língua tida como materna, o português. A posição de professor de LE, nesse contexto, parece desestabilizada, na medida em que a língua a ser ensinada tem para o professor o estatuto de materna, mas, neste curso, precisa assumir traços de estrangeira, em função dos objetivos do ensino e do alunado. Neste lugar, acirra-se o caráter de alteridade da língua portuguesa, propiciando ao professor de LE em formação outras identificações a essa língua e nessa língua e questionamentos sobre posições e sentidos cristalizados sobre ser professor de LE. Outro ponto analisado é a incidência do multiculturalismo e da diversidade cultural experimentada no contexto do projeto de extensão. Várias atividades e sequências didáticas propostas pelos professores de PLE indiciam traços das projeções imaginárias e da memória discursiva sobre os alunos imigrantes, seus países e culturas de origem, bem como de Brasilidade e do recorte de Brasil e de sua cultura aos quais os professores parecem se identificar e, a partir dessas identificações, (re)configurar sua posição discursiva.