A busca do espaço linguístico e cultural pelas diversas comunidades de imigrantes que vivem na Itália é um tema atual e controverso no que se refere à execução das políticas linguísticas vigentes no país. No entanto, não obstante os obstáculos enfrentados, esta população vem se organizando na tentativa de encontrar caminhos profícuos para a manutenção das suas línguas de herança/de origem entre seus descendentes. Para este estudo, me proponho a documentar o percurso de formação da rede de iniciativas POLH, as suas conquistas e desafios, e discutir o seu papel na manutenção e promoção da língua portuguesa, considerando as intenções expressas nos documentos oficiais italianos acerca da língua e cultura de origem dos imigrantes. Para atingir tais objetivos, as responsáveis pelos projetos foram convidadas para responder dois questionários online e participar de entrevista semi-estruturada para esclarecer suas respostas e eventuais dúvidas sobre a sua atuação no período de outubro/2016 a novembro/2017. Os referidos dados foram compilados e analisados a partir de uma abordagem interpretativista cujo propósito é entender ou interpretar os fenômenos em termos dos significados atribuídos pelos sujeitos do estudo. No que concerne ao aporte teórico, me valho das contribuições de Mendes, (2015), Valdés (2001), entre outros para refletir sobre o conceito de língua de herança e de Favaro (2012), Portera (2013) e Benedini (2015) para discutir as questões pedagógicas e as leis ministeriais relativas às línguas de origem e a sua importância no processo de integração e inclusão da segunda geração na escola e na sociedade italiana. Diante dos resultados, foi possível evidenciar que o trabalho colaborativo da rede de iniciativas POLH contribuiu não somente para vislumbrar um projeto nacional de POLH na Itália, como também para enriquecer as ações políticas e pedagógicas desenvolvidas em cada projeto e dar maior visibilidade as línguas de herança neste país.