PRODUTIVIDADE DA VOZ PASSIVA EM UM AMBIENTE DIGITAL
| Autores: Déborah Magalhães de Barros (UEG - Universidade Estadual de Goiás ) |
Resumo: Um ensino significativo da língua portuguesa deve se orientar por teorias que reconheçam a língua em uso, pois é no uso que se compreende a existência de variações e de mudanças linguísticas inerentes às diferentes modalidades linguísticas, tais como a fala e a escrita. Nos últimos tempos, com o advento das tecnologias e seus diferentes suportes linguísticos, é possível observar variações também na escrita. Fato decorrente da atuação concomitante de diferentes linguagens. O português brasileiro (PB) contemporâneo passa por mudanças quanto organização da rede de voz, sugerindo especialmente na voz passiva, peculiaridades quanto ao seu uso e preferência em função de elementos relacionados às novas tecnologias e à necessidade de destaque ao argumento afetado. Assim, este trabalho objetiva descrever e analisar essa voz a fim de compreender os processos linguísticos e discursivos correlacionados à organização partir dos pressupostos teóricos da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), especialmente a Gramática de Construções, como consta em Bybee (2015), Croft (2001), Givón (1984, 1990, 1995), Goldberg (1995, 2006), Traugott e Trousdale (2013). Essa abordagem teórico-metodológica admite a existência de uma estreita relação entre as estruturas das línguas e o uso atualizado pelos falantes em contextos reais de comunicação. Os usos e as mudanças linguísticas devem ser objeto de reflexão para o ensino de português a fim de que diferenças entre as variedades falada e escrita – especialmente quanto aos distintos aparatos tecnológicos – sejam conhecidas, analisadas e colaborem com a definição e com a valorização do PB. Por isso, o objetivo deste trabalho é também discutir possibilidades de contribuição da LFCU para o ensino do PB demonstrando, a partir de uma visão construcional, as diversidades e a forma de organização do sistema linguístico.
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