Essa pesquisa parte do princípio de que a leitura, seja do texto verbal ou não verbal, é uma ferramenta importante na construção de saberes intra e extraescolar. Defendemos que, em âmbito educacional, o processo da leitura adquire maior sentido quando instiga os sujeitos envolvidos a compreensão do mundo que os cerca. Partindo dessa premissa, nesse recorte, advindo de ações extensionistas realizadas com docentes e discentes da educação básica, em escolas públicas das cidades de Açu e Angicos, RN, objetivamos descrever efeitos de sentidos que, via a compreensão leitora, transcendem a posição discursiva dos colaboradores da pesquisa, acerca da temática das relações étnico-raciais. Metodologicamente, faz-se uso de uma abordagem qualitativa, por meio da pesquisa ação em seu caráter intervencionista. As ações se efetivam por meio de oficinas com estratégias de leituras e gêneros discursos diversos. O embasamento teórico está centrado na Linguística Aplicada (LA) focando a vertente contemporânea da LA crítica, hibrida-mestiça; envolvendo pesquisas sobre o ensino-aprendizagem da leitura. Discussões, essas, atravessadas pela concepção bakhtiniana de que o discurso não se constrói do nada. Ele se constitui de propósito comunicativo, posto que é um fenômeno social em todas as esferas de nossa existência. Os resultados evidenciam que as práticas de leituras, com foco em temáticas de cunho social, facilitam o processo de ensino e aprendizagem posto que ampliam o diálogo em sala de aula e traduzem um maior interesse dos discentes envolvidos. No concernente ao tema em discussão “práticas de leitura e a construção de uma educação antirracista na educação básica” observamos que os espaços de diálogos construídos tem sido norteadores de outras discussões na escola, sensibilizando docentes e discentes a desmistificarem preconceitos e construírem ações positivas em relação às diferenças.