Na contemporaneidade, é possível observar um constante e acelerado desenvolvimento tecnológico. Esse contexto tem possibilitado, para além das relações comerciais e culturais, um maior acesso às plataformas digitais e aos gêneros que nelas circulam.  Dessa maneira, destaca-se a ‘canção’ como um gênero amplamente presente na vida cotidiana, que circula e é criado por meio de tecnologias digitais. A vivacidade da tecnologia e os fenômenos influenciados por seu avanço, também, ocasionaram um deslocamento de posições antes restritas a determinados grupos, a exemplo disso, cita-se a ascensão das mulheres no estilo musical sertanejo universitário, no qual predominavam os homens. Nesse sentido, o presente artigo objetivou problematizar o suposto empoderamento feminino nas canções sertanejo universitário, analisar criticamente as posições que a mulher ocupa nos enredos e as temáticas em voga nos hits. Para tanto, desenvolveu-se, por meio uma sequência didática, uma proposta interventiva no 9° ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da cidade de Sinop-MT com o propósito de suscitar reflexões críticas sobre o papel da mulher no estilo e os significados presentes nas letras de algumas canções. Dessa forma, mediou-se duas aulas com a duração de duas horas nos dias 07 e 08 de junho de 2018. Como recurso, utilizou-se as letras das canções e os videoclipes de Marília Mendonça, Maiara e Maraisa e Simone e Simaria. Como aporte teórico, respalda-se em autores como: Freire (1989), Janks (2016), Costa (2002), e Schneuwly e Dolz (2004). Com base na análise de dados, observa-se um conceito cristalizado da mulher como interesseira e objeto sexual. Além disso, ideologicamente, os alunos expressaram a valorização do homem infiel e a depreciação da mulher adúltera. Assim, a teoria do letramento crítico auxiliou a promoção de discussões e revisões de leituras do alunado para outras posições possíveis de serem assumidas tomando como base canções.