ACHAMOS VC NA DÉCADA DE 40: UM ESTUDO DA VARIAÇÃO E MUDANÇA PRONOMINAL | Autores: Gisonaldo Arcanjo de Sousa (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Maria José Oliveira (IFRN - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte) |
Resumo: Há várias formas de expor a mesma ideia em qualquer situação comunicativa. Tal fenômeno acontece porque a variação é inerente à língua e isso se aplica à portuguesa. O trabalho em tela visa apontar, através da Teoria da Variação e Mudança de base laboviana, (compreendendo os estudos feitos inicialmente, por Weinrich, Labov e Herzog (1968)), os caminhos percorridos pela fala/escrita dos utentes da língua portuguesa brasileira, precisamente aquela inserida no nordeste brasileiro, na região conhecida, geograficamente, por Seridó Potiguar. Essa região apresenta uma peculiaridade singular, que a difere das demais nos arredores dos estados federativos da Paraíba e Rio Grande do Norte. A pesquisa se debruça, especificamente, sobre o VOCÊ e suas variantes presentes em cartas escritas por sabujienses (naturais de São João do Sabuji) na década de 1940. Para a exequibilidade da pesquisa, foram analisadas 20 cartas escritas por mulheres de idades distintas. Nas missivas, à luz da Sociolinguística Variacionista, procuramos contabilizar e identificar quais os fatores linguísticos e extralinguísticos responsáveis pelo uso e pela mudança das formas VOCÊ (e suas variantes) encontradas. Depois da metodologia própria da teoria ser aplicada, surgiram as respostas. Os resultados apontaram que o VOCÊ representou: Vs, Vo, Vrs, Vc, V, V., . Tais variantes são constantes hoje nas comunicações escritas, principalmente, nas redes sociais. Outro resultado relevante diz respeito à competição de formas tratamentais (nominais e pronominais): de um lado a forma “inovadora” VOCÊ e suas variantes (63%) e do outro, pronomes compatíveis com o tratamento de solidariedade, superioridade e respeito além de formas nominais (27%).
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