Ensinar a língua e entender sua pluralidade | Autores: Celina Gontijo Cunha (UFOP - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OUTRO PRETO) |
Resumo: O ensino da língua portuguesa foi, durantes séculos, restrito ao aprendizado das normas gramaticais. O ensino da sintaxe foi, e em algumas instituições ainda é, quase que totalitário, destinando um lugar bastante desprivilegiado às outras especificidades da língua, tal como a linguística e a suas subdivisões, que têm um olhar atento às manifestações da língua em seus múltiplos contextos de fala. Entender a língua como um campo de estudos abrangente e interdisciplinar, expande possibilidades e ferramentas do professor (a) de língua portuguesa, permitindo um aprendizado mais amplo e conciso da língua, contextualizando normas gramaticais, reconhecendo suas variedades. A falta de uniformidade da língua resulta da variação linguística, que dá origem às variedades linguísticas, como os falantes e seus registros. A norma-padrão é a variante de mais prestígio social e utilizada em situações formais de comunicação. No entanto, faz-se urgente considerar outras variantes da língua, com menor prestígio social, mas, não menos importante. Para compreender a variedade da nossa língua, é preciso considerar fatores geograficos, condições sociocultural, idade e geração. A variante usada pelas camadas economicamente menos favorecidadas ou menos escolarizadas não deve ser alvo de discriminação. Essa variante é tão eficaz na comunicação quanto a norma padrão e precisa ser vista com olhos menos crueis. Essa perspectiva de ensino pode e deve ser pensada sob a intenção de exercer a cidadania, combatendo o preconceito linguístico.
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