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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Intercomunicação entre os surdos Paiter Suruí e a comunidade Paiter Suruí.

Autores:
Luciana Coladine Bernardo (UNIR - Universidade Federal de Rondônia) ; Miriã Gil de Lima Costa ()

Resumo:

O estudo se trata de constatações e percepções obtidas durante uma pesquisa de mestrado concluída em conjuntura com o Grupo Pesquisador em Educação Intercultural (GPEI), vinculado ao Mestrado Acadêmico em Letras da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Partindo da hipótese de que algum modo a comunicação se concretizava, pois, a comunicação é algo inerente ao ser humano, a pesquisa teve como objetivo verificar quais métodos e estratégias de comunicação os surdos Paiter Suruí e a comunidade Paiter Suruí utilizam no processo comunicativo cotidiano. De cunho etnográfico, baseado na metodologia pós-crítica conforme Meyer e Paraiso (2012), o método utilizado foi a observação e registros da comunicação, possibilitadas através da convivência diária, aproximação e participação em eventos e rotina diária da comunidade. Para fundamentação teórica, baseia-se nos autores Mindlin (1985), Perlin (1998-2003), Campello (2008), Vilhalva (2012), Quadros (2004), os quais relatam sobre o sujeito surdo na sua plenitude.  Após meses de convivência, foram registradas três formas de comunicação, se consolidando por meio dos sinais emergentes, os quais com o olhar de uma cultura surda, referenciam a cultura Paiter Suruí. Através da comunicação oralizada, sendo utilizada a língua Paiter Suruí que é a língua natural da comunidade Paiter Suruí, e pela Libras, pois alguns surdos receberam ensinamentos de sinais em Libras, devido a intervenção da Secretaria Estadual de Educação. Diante do desposto, chegamos à conclusão de que existe uma riqueza na comunicabilidade investigada, pois perpassa a questão linguística e abrange o se adaptar e reinventar formas comunicativas para que se façam entender e ser entendidos. Porém, o processo comunicativo entre eles está em estruturação, no sentido de ainda não se ter uma prevalência na língua natural do sujeito surdo, que neste caso, não se daria pela Libras e nem pela oralidade, mas sim pelos sinais criados seguindo a cultura Paiter Suruí.