Os novos estudos do Letramento têm contribuído para questionar metodologias de ensino que qualificam os sujeitos como mais ou menos letrados e que por muito tempo marginalizaram as práticas sociais do âmbito escolar. Nesse contexto, as práticas sociais que envolvem situações argumentativas também foram preteridas ou, então, confundidas com o estudo da argumentatividade dos textos, preferencialmente estudos dirigidos para a preparação do educando para a realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ou de vestibulares e concursos. Nesse sentido, desenvolvemos nossa pesquisa no Mestrado Profissional em Letras e no Grupo de Estudos de Linguagem, Argumentação e Discurso (ELAD/CNPq) com o objetivo geral de ampliar as discussões acerca dos estudos sobre ensino da argumentação por meio de projetos de letramento (KLEIMAN, 2007). Desse modo, nesta comunicação, pretendemos apresentar e discutir práticas docentes dirigidas para o ensino da argumentação na escola, apresentando resultados parciais obtidos durante a primeira etapa da pesquisa-ação (TRIPP, 2005), a qual contempla elaboração, aplicação e avaliação da primeira sequência didática (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004) conduzida pela professora-pesquisadora. Para a elaboração da sequência didática, elegemos conceitos fundamentais como: a distinção entre argumentatividade e argumentação (GRÁCIO, 2013); o modelo dialogal da argumentação (PLANTIN, 2008); a argumentação retórica (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA); a argumentação no discurso (AMOSSY, 2018); capacidades e competências argumentativas (AZEVEDO, 2013, 2016, 2018); o modelo ideológico de letramento (STREET, 2014 [1995]), projetos de letramento (KLEIMAN, 1999).