Partindo das ideias de que, (a) no estudo de um gênero textual, deve-se responder às provocações feitas por ele com a produção de outros textos, de que (b) as reflexões sobre uma obra literária podem e devem gerar outros textos literários, e de que (c) a escrita literária tem caráter emancipador e libertador (BAKHTIN, 2017), desenvolveram-se projetos de escrita criativa e literária com estudantes dos cursos de Letras e de Comunicação Social, por meio da técnica denominada “writing across the curriculum”. Tais projetos tiveram como objetivos o desenvolvimento, entre outros, de competências e habilidades de escrita, de conhecimentos concretos acerca de gêneros textuais e/ou de teorias da criação literária, e, sobretudo, da criatividade de estudantes cujo principal instrumento de trabalho será a linguagem oral e escrita. Desses projetos, originaram-se, três publicações: uma em 2017 e duas em 2018. Concluiu-se, com a análise dos textos publicados e por meio de uma pesquisa quali-quantitativa com os estudantes, que os projetos ressignificaram a produção textual sem sala de aula, provocaram maior envolvimento da comunidade acadêmica com os respectivos cursos, desenvolvendo, desse modo, competências, habilidades, atitudes, valores e emoções.
Palavras-chave: Gêneros textuais. Escrita criativa. Produção textual.
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BAKHTIN, Mikail. Notas sobre literatura, cultura e ciências humanas. São Paulo: 34, 2017.
BAKHTIN, Mikail. Os gêneros do discurso. São Paulo: 34, 2016.
BAKHTIN, Mikail. Questões de estilística no ensino da língua. São Paulo: 34, 2013.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. São Paulo: UNESP/Hucitec, 1998.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 4. ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2004. p. 169-191.
RAUPP, Luciane Maria Wagner (org.). Com todas as letras: exercícios de escrita criativa no ensino superior. Porto Alegre: Cidadela Editorial, 2017.