O objetivo deste trabalho é examinar o potencial das narrativas contemporâneas nas práticas de ensino e aprendizagens transmídia, por meio da identificação e análise de narrativas produzidas e veiculadas nos espaços digitais institucionais (federal, estadual) e nos espaços informais de aprendizagens tais como as fantics. As narrativas, como nos mostra Santaella (2018), são fundantes das culturas humanas e, por causa dos avanços das tecnologias de linguagens, assumem, de modo bastante presente, o papel de formadoras das formas de vidas dos sujeitos que, cada dia mais as consomem em diferentes formatos, gêneros, linguagens e mídias. Consideramos narrativas de aprendizagens todas as produções que os sujeitos utilizam para sua formação seja profissional, acadêmica, ou cotidiana, e que se  configuram como predominantemente audiovisuais, complexas, híbridas, aceleradas e polifônicas. Com base na proposta teórico-metodológica dos letramentos trasmídia, observamos, por meio das estratégias enunciativas: a relação de autoria e co-autoria - papel do “prossumidor”, os regimes de interação e engajamento e as estratégias de ensino e aprendizagem,  a fim de verificar  a afirmação de  Santaella, segundo a qual,  as práticas de aprendizagens digitais são  “tão contigenciais , inadvertidas e não-deliberadas que prescindem da equação ensino-aprendizagem caracterizadora dos modelos educacionais e formas de educar” (SANTAELLA, 2010). Adotamos que as práticas enunciativas transmídia operam suas práxis entre coerções  da ordem do dado, das memórias socioculturais, da rotina  e da ordem  do novo, do acontecimento. As análises das narrativas produzidas nos espaços  do MEC - “A hora do Enem” e “ Mecflix” revelam  vídeo aulas curtas ( média de 25 min; 0,50min), superficiais e estruturadas com  práxis enunciativas típicas das aulas dos cursinhos para vestibular tradicionais cuja estratégias de adesão destaca a dimensão sensível.