Este trabalho busca fazer uma análise sobre se o Currículo Básico do Rio de Janeiro(SEE-RJ) possui um discurso que seja capaz gerar dentro do âmbito da leitura literária espaço para reflexão crítica, algo imprescindível nas aula de literatura.Para isso, trago a noção de signo ideológico para o currículo, uma vez que a natureza da palavra, segundo Volochinov(2017, ) é refletir e refratar os valores sociais e culturais, revelando uma luta constante de grupos na sociedade por estabilidade de significado e fixar a sua realidade como verdade em detrimento das outras.Assim,  o currículo seria um lugar de conflitos , um discurso em se evidencia a busca por legitimação do conhecimento de determinados grupos dominantes( Lopes e Macedo, 2011).Tais considerações são importantes em relação a atual situação em que se encontra a leitura literária , sendo desvalorizada e colocada em segundo plano de acordo com ideologias neoliberais que não cedem mais espaços para a reflexão crítica, retirando a oportunidade dos alunos exercitarem a sua criatividade e projetando um corpo de saberes já legitimado pelo olhar das elites. Seguindo essa lógica, o Currículo Básico do Rio de Janeiro parece não deixar explícito qual o lugar da leitura literária , sendo ela subentendida nos campos de leitura e uso da língua do documento, o que por sua vez demonstra pouca preocupação com a liberdade de ler literatura, contrariando o posicionamento de Barthes: "o saber no rolamento da reflexividade infinita"(BARTHES,2004,p.19).Dessa forma, espera-se com esse trabalho iniciar a desestabilização de um discurso curricular que tem procurado apagar o lugar da leitura literária e abrir alternativas que busquem desenhar cenários mais alinhados com abertura que o texto literário tem em sua natureza.