Em cada verso meu: analisando canções sob a ótica da Transitividade | Autores: Jamilly Lorencini Carone (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) |
Resumo: Conhecido por ser um fenômeno que sempre instigou bastante vários estudiosos da língua, a transitividade é tratada como um tema muito complexo e que, por vezes, apresenta algumas divergências no que tange a sua conceituação. Com base nos estudos do Funcionalismo, foi lançado um novo olhar no que diz respeito aos parâmetros adotados para a análise desse fenômeno, em que se passou a observar as orações em sua totalidade, numa pesquisa para além do verbo de forma isolada. Tendo como referencial teórico as proposições de Hopper e Thompson (1980), com seus dez parâmetros de transitividade, e uma nova escala apresentada por Silveira (1990), que desmembra e subcategoriza os critérios admitidos pelos autores norte-americanos supracitados, além de passar pelos conceitos acerca do gênero canção, explicitados por Manzoni e Rosa (2010), o trabalho que aqui se apresenta tem como objetivo analisar o vínculo existente entre a alta, a média e a baixa transitividade apresentada nos versos de canções de cunho social, além de observar de que maneira as escolhas lexicais puderam auxiliar a construção de sentido dessas obras musicais. Para tanto, analisamos as letras de duas canções, “Construção”, de Chico Buarque (1971), e “O homem que não tinha nada”, do Rapper Projota (2015), retiradas de sites de música da Web, com a finalidade de investigar como o ato comunicativo pode ser influenciado através da transitividade, evidenciando a relação entre os elementos que constituem a Figura (foregrouding, alta transitividade) e o Fundo (backgrounding, baixa transitividade) em textos narrativos.
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