Bernardo Élis e a representação da figura feminina nos contos A Virgem Santíssima do quarto de Joana e As Morféticas
| Autores: Josiane Silvéria Calaça Matos (IF GOIANO - Instituto Federal Goiano) |
Resumo: A proposta deste trabalho é analisar a figura feminina nos contos A Virgem Santíssima do quarto de Joana e As Morféticas do escritor goiano Bernardo Élis, a fim de demonstrar a histórica visão preconceituosa sobre a figura feminina. A mulher, durante muito tempo foi vista como um ser inferior, criado a partir do homem para servi-lo, sendo capaz de se tornar um ser maligno. Segundo FONSECA (2010), a imagem da mulher como ser inferior e portador do mal já aparecia em escritos de Hesíodo, século VIII a. C. e, depois, foram reforçados e repassados por Aristóteles, 384 a 322 a. C.,em seus estudos sobre a geração das espécies animais. Na obra de DURÃES (2009), “Mulher, sociedade e religião”, a autora analisa como a mulher foi vista na sociedade desde o início das civilizações. Segundo a autora, no decorrer da história, a mulher passou de divindade a demônio, sendo que homem tinha inveja da mulher pela capacidade que ela tinha de gerar a vida. À mulher eram atribuídas as características de bruxa, feiticeira, monstro. Nos contos a serem analisados a mulher aparece como um ser maligno, mesmo que inconscientemente, e também monstruoso. No conto A Virgem Santíssima do quarto de Joana a mulher, inconscientemente é um ser maligno que leva a desgraça ao homem com quem vive. Já no conto As Morféticas a mulher é um ser monstruoso. Acometidas pela mórfea, e já deformadas pelo avançado grau da doença, as personagens que aparecem no conto vivem isoladas no ermo sertão goiano e o contato das mesmas com o homem acaba por “contaminá-lo”, macular a sua pureza como ser masculino e superior.
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