CRIANÇAS HAITIANAS NO ENTRE-LÍNGUAS: IDENTIFICAÇÕES E (RE)SIGNIFICAÇÕES | Autores: Jucélia Borsati (UFFS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL ) |
Resumo: A nossa pesquisa se orienta sob a perspectiva situada no campo da Análise de Discurso (AD). O corpus se constitui por entrevistas semiestruturadas aplicadas a filhos de imigrantes haitianos em contexto de imigração na região Oeste de Santa Catarina e/ou especificamente de abrangência da UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus de Chapecó. Sendo nosso escopo as crianças haitianas em situação migratória, implica referenciar que elas já estão entre uma língua diferente, não a sua – o entre-línguas – que Coracini (2007) entende o espaço entre-língua(s) como o lugar em que há língua e há línguas, um espaço no qual estamos todos imersos. E, nesse imbricamento de línguas em que circulam outras línguas, cada uma com suas próprias peculiaridades, não há possibilidade de demarcar terreno, nem delimitar fronteiras, como também não há unicidade da língua, nem homogeneidade, mas há traços culturais e, é nesse jogo do entre-línguas que o sujeito se constitui como sujeito da linguagem. Com isso, para nossas análises a abordagem constitui-se qualitativamente e, de forma explicativa/descritiva valemo-nos das narrativas das crianças haitianas, com a pretensão de perceber efeitos de sentidos que emergem nos dizeres ao serem inseridas nos contextos escolares de nossa região e, compreender marcas que produzem e (re)velam identificações na relação entre-línguas. Também, pelo mesmo princípio teórico/metodológico da AD, teceremos conceituações e análises com base em Coracini (2003, 2007, 2010, 2011), a qual concentra estudos na compreensão das subjetividades na relação entre línguas-culturas; com Eckert-Hoff (2002, 2008, 2015, 2016) a relação de sentidos e os processos de identificação dos sujeitos em contexto de imigração; ainda Ferreira (2000, 2016, 2018), Hall (2006) e Stübe (2008, 2010, 2016, 2018) pelo aporte teórico a que seus trabalhos se filiam.
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