Este trabalho visa compartilhar a experiência em sala de aula ocorrida com uma turma do terceiro ano de ensino médio em uma escola pública federal no estado do Rio Grande do Sul dentro da disciplina de estágio supervisionado do curso de Letras. Através da teoria Bakhtiniana (2003, p. 278) de que “todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua.”; e das diversas experiências dos próprios alunos enquanto sujeitos sócio-históricos, seguidas das discussões propostas em aula para a compreensão da língua portuguesa, alcançamos a temática principal “1968: 50 anos depois”, com o livro de Zuenir Ventura “1968: o ano que não terminou” como pano de fundo. O trabalho apresenta a oficina oferecida aos alunos durante a Semana de Línguas de 2018, evento que ocorre anualmente na escola, cuja temática-matriz foi “Para o que você se cala?”. Considerando o tema do estágio supervisionado aliado ao tema do evento, juntamente com o atual cenário político brasileiro, trabalhamos com “A CENSURA NO PERÍODO DITATORIAL BRASILEIRO: MÚSICAS CENSURADAS”, momento em que os alunos foram convidados a encarnar, ao mesmo tempo, a posição de artistas, justificando as músicas censuradas; e de censores, expondo os motivos pelos quais as músicas em questão deveriam ser censuradas, tendo como base os documentos (textos autênticos) da Divisão de Censura de Diversões Públicas durante o período da Ditadura Civil-Militar brasileira entre 1964 e 1985, apresentados aos alunos durante o encontro em questão. Essa experiência foi muito importante, tanto para os estudantes quanto para os professores, tendo em vista a relevância e a pertinência de se discutir temas de caráter sociopolítico na Educação Básica com o intuito de informar e de conscientizar os alunos acerca de questões que caracterizam a realidade em que estão inseridos.