Poster
| RESISTIR PARA EXISTIR: O ENSINO DE ITALIANO NA ESCOLA CONTRA AS POLÍTICAS DE SILENCIAMENTO | Autores: Michel Marques de Faria (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Lidia Maria Ferreira de Oliveira (UFF - Universidade Federal Fluminense, CEDC - COLÉGIO ESTADUAL DAVID CAPISTRANO) |
Resumo: Uma lei, muitos silenciamentos. É assim que podemos definir a Lei 13.415/2017, que altera a LDB de 1996, determinando que “no currículo do ensino fundamental, será ofertada a língua inglesa a partir do sexto ano” (BRASIL, 2017) e que “os currículos de ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino” (BRASIL, 2017). Ao recuperar Leffa (1999), evidenciamos que a presença de uma Língua Adicional nos currículos escolares é flutuante e seu comparecimento está condicionado às políticas educacionais de cada época. Consideramos que isso representa uma política de silenciamento (Orlandi, 2007). Por isso, enquanto cientistas da linguagem, formulamos respostas de resistência ao silenciamento da pluralidade linguística. Ancorados em uma linha discursiva de base francesa (Pêcheux, Orlandi), buscando a articulação de componentes curriculares, conforme aponta Coracini (2007), realizamos oficina de educação linguística em língua italiana a partir do arcabouço teórico-metodológico da linguística aplicada (CAON & RUTKA, 2004) com base nas propostas curriculares de Schalatter & Garcez (2012). Desenvolvida no âmbito da aula de Língua Portuguesa de turmas de segundo ano do ensino médio de uma escola pública do estado do Rio de Janeiro, a oficina teve como objetivo possibilitar o contato dos alunos com uma cultura diferente da sua, tomando a língua como porta de entrada. Teve como meta, também, constituir-se como lugar acolhimento do novo, do diferente, do outro: um pouco da cultura, do cotidiano; da diversidade linguística italiana, seus diversos falares, os diversos modos de ser italiano. Visou, ainda, ampliar os estudos de variação linguísticas, considerando a realidade dialetal italiana; divulgar os direitos linguísticos; reafirmar a diversidade linguística como elemento fundamental da diversidade cultural e pressuposto do princípio da igual dignidade e do respeito por todas as culturas.
|
|