O presente trabalho traz uma discussão a respeito das concepções de gramática, assim como sobre seu ensino nas instituições escolares. Para tanto, reflete acerca da influência dessas concepções na produção de sentidos por parte dos alunos, bem como da variação linguística enquanto realidade na sociedade e dos aspectos lexicais da língua portuguesa. O estudo não pretende defender uma única concepção, mas compreender a presença de todas no ambiente escolar desde que se considere a experiência do aluno como falante da língua, que se respeite o direito de ter sua fala reconhecida pela escola e não se negue a ele o acesso ao conhecimento da norma padrão. Espera-se, ainda, considerando o trabalho com as variedades linguísticas, discorrer sobre o léxico diferenciando-o de vocabulário, bem como discutir atividades que colaborem para a ampliação do universo lexical dos alunos. Partindo desse pressuposto, discute-se como se dá o ensino de língua portuguesa a partir da compreensão que se tem de gramática e das interferências desta no trabalho e aceitação das variedades linguísticas, bem como na produção de sentidos e nas escolhas lexicais dos alunos. Os dados empíricos do estudo constituem-se de atividades e das produções textuais de alunos, a partir dos quais propõem-se sugestões de como lidar com os aspectos gramaticais e as variações linguísticas na sala de aula.