A Física e a Biologia na Economia em sua dimensão cognitiva e linguística
| Autores: Elenice Alves da Costa (FFLCH - USP - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo) |
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo apresentar alguns termos metafóricos da Economia como “conceptualizadores” semânticos de esferas científicas, por exemplo, as relacionadas à Biologia e à Física. Essas unidades terminológicas foram extraídas de gêneros acadêmicos publicados pela USP e pela Unicamp (artigos científicos, dissertações e teses) no período de 2005 a 2015. As metáforas que são alvo de nossa pesquisa são do tipo terminológicas, porquanto se referem ao conhecimento especializado humano. Terminologias como essas provindas da Física, Biologia, Química, entre outras, ao expressarem os saberes científicos pelo vocabulário terminológico, compreendem tanto uma dimensão cognitiva quanto uma dimensão linguística, uma vez que conformam “o componente lexical especializado ou temático das línguas” (Krieger; Finato). Para chegarmos à conclusão de que os principais campos cognitivos da Economia pertencem à Biologia e à Física, no que se refere ao corpus em estudo, valemo-nos dos pressupostos teóricos da TMC (Teoria da Metáfora Conceptual), que permite verificar de que forma esses termos metafóricos organizam-se em campos cognitivos. Um dos domínios que se destaca nesse tipo de conceptualização é a do “organismo” ou a do “corpo”. Para Silva (2013, p. 293), o domínio do ORGANISMO ou do CORPO é tipicamente humano. Ele serve, por exemplo, de domínio-fonte da metáfora ontológica presente no discurso econômico. O conceito ECONOMIA É ORGANISMO, de forma mais típica ECONOMIA É PESSOA, revela a compreensão em nossa cultura de que as instituições e os sistemas financeiros e econômicos são entidades orgânicas, ou seja, “corpos” e “pessoas” que podem ficar enfermos, e que, portanto, precisam de cuidados médicos (Alves, 2016). No corpus em análise, há várias unidades terminológicas que são relacionadas a esse aspecto da Economia, tal como a metáfora da “crise” que se expande em formações sintagmáticas altamente produtivas.
|
|