As fake news (notícias falsas) ganham destaque na mídia e vem sendo alvo de estudos, debates e ações de governos, empresas jornalísticas e redes sociais. O desafio é criar medidas para que haja filtragem das notícias que são construídas e disseminadas, deliberadamente, com intuito de criar conflitos, destruir a imagem de figuras públicas, vender produtos, entre outros motivos. Diante do exposto, faz-se necessário que a escola atualize suas práticas, com o objetivo de formar sujeitos capacitados, dinâmicos e críticos. De forma semelhante, as aulas de Língua Portuguesa devem refletir as mudanças na linguagem e em suas diversas formas de uso. O presente trabalho é oriundo de dissertação voltada para o ensino de leitura e compreensão/interpretação do gênero notícia online, com alunos do 9º ano de uma escola de ensino fundamental. Por meio de uma pesquisa-ação, foram desenvolvidas atividades didáticas estruturadas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017), os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e as Orientações Curriculares de Língua Portuguesa, do município do Rio de Janeiro (2016). As bases teóricas deste trabalho alinham-se com a teoria dos gêneros, defendida por Bakhtin (2003) e Marcuschi (2010, 2008); com a abordagem multimodal e a perspectiva dos multiletramentos, presente em Rojo (2015, 2013), Coscarelli et al. (2016) e Ribeiro (2016), e com o ensino de leitura, alicerçado na concepção interacional/dialógica da língua, proposta por Koch e Elias (2015). Assim, julga-se procedente a formação de uma consciência crítica quanto à importância da leitura das notícias online e da necessidade de mecanismos de “autodefesa” em relação às fake news.