A crônica brasileira na Belle Époque | Autores: Marcus Vinicius Nogueira Soares (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) |
Resumo: Nas duas primeiras décadas do século XX, apesar do surgimento de novas mídias auditivas e visuais, como a fonografia, a cinematografia, entre outras, o jornal ainda era, no Brasil, o principal meio de comunicação de massa. Impulsionado pelos novos dispositivos tecnológicos de impressão, o jornal se tornaria um veículo cada vez mais abrangente e diversificado, atingindo, quantitativamente, um público jamais imaginado até então. Tal amplitude possibilitou ao jornalismo aumentar a sua capacidade de formar opinião, logo de interferir mais decisivamente na esfera pública do país, especialmente na capital da República, a cidade do Rio de Janeiro, localidade onde a imprensa mais prosperou. A despeito de ser um gênero surgido no decorrer do século anterior, a crônica acompanharia de perto essas mudanças, mantendo o seu lugar de destaque no jornalismo novecentista, mesmo que assumindo novas configurações discursivas. Olavo Bilac, Carmem Dolores, Júlia Lopes de Almeida, Medeiros e Albuquerque, Figueiredo Pimentel e, sobretudo, João do Rio eram os mais destacados cronistas do período, responsáveis por transformações significativas na escrita cronística. A presente comunicação pretende analisar as referidas transformações da crônica dentro do contexto cultural da Belle Époque, tendo em vista as possíveis articulações entre as diferentes mídias que constituíam a rede comunicacional da época.
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