Estudos em torno dos eventos dinâmicos de realização e mudança linguística, hodiernamente, vem apontando vasta reflexão a despeito do que a gramática preconiza sob gerenciamento procedural. Temos, a partir dessa premissa, o caráter não-autônomo da língua, no sentido em que os usos linguísticos são possibilitadores de mudanças que, à medida que as interações vem produzindo foco para alguns itens e construções, merecem destaque com foco na predisposição de especialização em novas classes e funções categoriais. Com base no exposto, objetivamos, através desse estudo, mapear situações de uso em que construções com poder [constPoder] são produtivas em contexto de produção de discurso acadêmico escrito, em artigos publicados em anais de eventos. A base dos estudos funcionalistas, em que nos apoiamos, centra-se na perspectiva baseada no uso, de direcionamento construcionalista, a partir dos estudos de Bybee (2003), Croft (2001), Trougott (2008), Oliveira (2015), Braga e Paiva (2015), Rosário (2015), entre outros. A partir de uma metodologia de “filtragem do corpus” (SARDINHA, 2004), realizamos uma investigação de caráter qualitativo e quantitativo, que focaliza os aspectos linguísticos do gênero artigo acadêmico através de técnica interpretativista. Constatamos, a partir da disposição dos dados, que [constPoder] é a forma mais frequente e perceptível nos exemplos de modalidade em todas as tipologias. Como a modalização epistêmica é a mais produtiva, ela acaba acarretando a maioria dos índices de mecanismos linguísticos para sua elaboração.