A Função da Polaridade Negativa em Pares Correlativos Inovadores: um exercício cognitivo | Autores: Marcello Ribeiro (UNINOVE - UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO) |
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo identificar, analisar, descrever e comparar usos e funções dos pares correlativos formados por uma construção de polaridade negativa ligada a um outro item formado pela construção em padrões funcionalistas, indicando sua rota de mudança no Português Brasileiro. Assumimos os pressupostos teóricos dos paradigmas funcionalistas que adotam como premissa a linguagem como atividade sociocultural com funções cognitivas e comunicativas, com estrutura não-arbitrária, maleável, não rígida (GIVÓN, 1995) em que a gramática emerge e se modifica. Nosso foco de análise também parte do conceito de que há uma integração de componentes diversos (NEVES, 2006), resultantes de um processo de ligação entre duas porções informativas conectadas por dois elementos: um morfossintático e outro psicológico (LIMA - HERNANDES E DIAS, 2010), motivados pelo Princípio da Iconicidade que aponta a existência de uma relação natural entre o código linguístico e o seu designatum (NEVES, 2006), refletidos na perspectiva de mundo do falante (CROFT, 1990). Também partimos da ideia a respeito sobre a evolução cultural cumulativa, que depende um aprendizado imitativo, por meio da instrução (TOMASELLO E COLABORADORES, 1993). O corpus de análise dos pares correlatos foram advindos das 200 melhores redações da FUVEST, no período entre 2007 e 2008. A partir deles, propusemos o preenchimento de lacunas, como exercício, entre as construções, por meio da retirada de um dos pares correlativos. Levantamos o total de 80 respostas de alunos de graduação. Foi possível, assim, constatar que os pares correlativos se encontram em vários níveis de gramaticalização, dependendo da categoria analisada, e que estão diretamente ligados a um uso estratégico funcional-cognitivo.
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