Leitores e leituras de impressos cariocas oitocentistas (1880-1890) | Autores: Washington Kuklinski Pereira (SME-RJ - Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro) |
Resumo: Compreender a imprensa do Rio de Janeiro do século XIX, em especial a os impressos que circularam na última década do Império, é pensar suas revistas repletas de críticas em forma de caricaturas, colunas agressivas aos membros do meio político. O humor como ferramenta de comunicação, gera reflexões sobre a relação entre os que produziam o meio noticioso, como redatores, editores, tipógrafos, artistas litográficos, e o público consumidor, sendo este último formado por assinantes ou compradores avulsos. Neste caso, os próprios impressos já oferecem aos pesquisadores o nome dos membros do corpo editorial e seus colaboradores. Além disso, a maior parte das obras caricaturais possiam as assinaturas com os nomes de seus produtores. Nota-se também, com uma certa frequência, que tais revistas indicavam quem eram os membros das suas parceiras e concorrentes na imprensa, ora para criticar, ora para tecer elogios e agradecimentos. Isso permite identificar o campo político de adesão de determinada publicação. Além disso, a imprensa do Rio de Janeiro oitocentista forneceu a seus leitores, desde a criação da Imprensa Oficial instalada por D. João VI, diversas oportunidades de conhecimento do mundo e trocas de experiências através da leitura dos periódicos e semanários que circulavam pela cidade. O consumo do meio noticioso fez com que fosse formado um público leitor. Para tanto, nesse período, esses leitores não precisavam dominar os códigos da escrita para se integrarem aos acontecimentos do império e do mundo ultramarino. Por isso, objetivo deste trabalho é discutir as formas de leituras dos diferentes tipos de impressos que circulavam na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 1880 e 1890. No decorrer do desenvolvimento desta pesquisa, contamos com o apoio teórico de Aby Warburg, Alberto Manguel, Roger Chartier e Peter Burke.
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