A produção textual é um dos elementos centrais para a aula de português, tal atividade exige além do próprio ato de escrever, o planejamento e a reescrita (ANTUNES, 2003). Esses elementos suscitam dúvidas sobre como o estrangeiro relaciona-se com o idioma que não é sua língua materna no ato da escrita, sendo que as produções não ocorrem aleatórias, estão associadas ao fenômeno da interação. Toda atividade verbal ocorre a partir de um fenômeno social (BAKHTIN, 1981), ou seja, toda produção textual é guiada por um fator anterior a ela. Através desta pesquisa, pretendemos observar como se dá a atuação do professor no processo de aprendizagem da escrita do aluno de PLE. Tendo em vista a apropriação do idioma pelo indivíduo, este passa a ser sujeito-autor quando usa a língua em seu discurso. O foco principal de observação é a maneira como o professor auxilia este aluno a se apossar da língua e como esse a utiliza no desenvolvimento de textos escritos que resultam na aplicação do conhecimento e entendimento da língua portuguesa. A pesquisa tem sido desenvolvida no Colégio Estadual Dom Abel, uma instituição pública de tempo integral, com realização de entrevistas direcionadas aos alunos e professores e notas de observação nas aulas de língua portuguesa. Efetuamos o levantamento das dificuldades na utilização de uma linguagem adequada aos textos escolares e outras dificuldades percebidas durante o processo. Partindo dos dados coletados, elaboramos oficinas e efetuamos atendimentos individualizados para auxiliar os alunos estrangeiros (dois colombianos, um venezuelano e um haitiano) no processo de utilização da língua escrita em português. Este diálogo visa permitir ao aluno ser parte do processo de aquisição de linguagem atuando de forma ativa na construção de seu próprio conhecimento (GERALDI, 2010). Para desenvolvimento desta pesquisa utilizamos como fundamentação teórica os estudos de texto e discurso.