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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Evidência da estigmatização e preconceito no discurso sobre ciganos: foco na construção Fora + que como elemento de exclusão analisável pelo Princípio da Iconicidade e seu subprincípio da integração

Autores:
Lidia Spaziani (UNINOVE - UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO)

Resumo:

A exteriorização do mundo ocorre pela língua com o encadeamento de construções linguísticas por meio de uma sequência coerente, essa é acionada por um gatilho linguístico dessas construções, mas além dela, há o posicionamento do uso de algumas dessas construções. A presente comunicação elege o estudo da construção fora+que no discurso em modalidades oralizada midiática twitter e na escrita no Jornal O Estado de São Paulo, em ambos o foco é o tema cigano no discurso do não-cigano. O objetivo é o de analisar, interpretar e confirmar a hipótese de que o valor semântico está avizinhado à construção linguística em foco, ou seja, os conteúdos, cognitivamente mais próximos, estão mais integrados na codificação linguística; o termo mentalmente próximo se apresenta sintaticamente próximo, também. Por fim, a distância formal corresponde à distância conceitual, significa que a ordem dos elementos na língua revela a ordem de conhecimentos decorrentes da experiência física (GIVÓN, 1990), e assim, reafirmar as marcas de estigmatização. Metodologicamente, a pesquisa é pautada em dados analisáveis qualitativa e quantitativamente. No referencial teórico, além de Givón (1990), utilizaremos Goffman (1993) com a formação de identidade social de um grupo, essa identidade não é estanque à evolução, portanto, processos históricos universais no desenvolvimento da cognição humana, podem ser inferidos nos corpus (TOMASELLO, 1999/2003a), bem como em metáforas e metonímias (KÖVECSES, 2002/2005) que se avizinhem do fora+que. Em todos os teóricos buscam-se as marcas de estigmatização que gerem o preconceito. Um dos questionamentos válidos é o de supor que o subprincípio da integração esteja ocorrendo e trazendo perdas e ganhos semânticos na construção constante do discurso de representantes do grupo social de maior prestígio em relação ao grupo social de menor prestígio, aqui o dos ciganos.