DISCURSOS FEMININOS NA FANPAGE CLAUDIA ONLINE: CONSERVADORISMO OU EMANCIPAÇÃO? | Autores: Guianezza Mescherichia de Góis Saraiva Meira (UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RGN) |
Resumo: As mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais, em consonância com o advento da Globalização, determinaram uma nova configuração nas discussões sobre o universo feminino. Isso porque a revista feminina Claudia, assim como a fanpage Claudia online, discutem vertentes bem distintas. De um lado, as antigas funções associados ao sexo feminino - a educação dos filhos, o zelo com o lar e com o cônjuge ; do outro, os interesses pessoais das mulheres, como o mercado de trabalho e a reivindicação pela igualdade de direitos. Estes, por sua vez, se voltam para o que Meira (2016), comungando com Del Priore (2013), nomeia como “emancipação”.Salientamos que o termo emancipação tem sido gerador de discordâncias e polêmicas, haja vista a mulher, mesmo havendo ingressado no mercado de trabalho, continua a exercer os papéis socialmente impostos. Nesse viés, este trabalho visa discutir os traços de conservadorismo e de emancipação que se manifestam nos discursos femininos registrados na fanpage Claudia online, observando como os papéis sociais e as relações de poder influenciam na (trans)formação das identidades femininas. Buscou-se uma sustentação teórica nos postulados da Análise Crítica do Discurso (ACD), com ênfase na corrente social de Fairclough (2008), Dijk (2008) e nos pressupostos de Bauman (2005) e Medeiros (2009). A ancoragem metodológica firma-se no paradigma qualitativo-interpretativista (MOITA LOPES, 2006), circunscrito às Ciências Humanas e Sociais, com foco na Linguística Aplicada (LA). O corpus compõe-se de seis postagens, divididas em três temáticas recorrentes na fanpage Claudia online. Os resultados indicam que as redes sociais discutem, de fato, os papéis que as mulheres exercem em nosso meio social. Observa-se que alguns desses papéis foram solidificados devido aos parâmetros conservadores da sociedade, perpetuando-se por muitas gerações e sendo naturalizados ao sexo feminino; outros romperam as algemas e os estereótipos impostos, (re)configurando, assim, “a mulher pós-moderna”.
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